Para uma boa leitura, Dr. Marcio Leite escreve: Avô de primeira viagem!


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Avô de primeira viagem, estou há dois meses, literalmente, babando. Reconheço o infinito amor pelos meus filhos, mas pensei, a despeito dos inúmeros depoimentos de amigos e amigas que me precederam na arte da vovozice, que o amor chegasse aos netos caindo pelas tabelas. Não por falta de graça de um serzinho miúdo e perfeito, cheio de encantos e dobrinhas, mas pelo cansaço dos anos, pelas muitas histórias e percalços que avôs e avós já enfrentaram. E é quando o lar já sente falta da vivacidade de uma criança que eles chegam, Sabiamente, como todas as coisas de Deus. Sim, netos são coisas de Deus. Vêm como esperança a corações combalidos e como terapia rejuvenescedora para as dores nas juntas e nhacas do tempo. Quando o ninho está vazio e o cansaço das festinhas de aniversário se dispersa é que eles chegam, cheios de gás para encarar o mundo. Recomeço, nova história. Lá se vai o vovô e vovó levando os netinhos à escola, às aulas de inglês, à natação. E na ordem divina das coisas nos flagramos remoendo o passado. E o que dizer do amor, que supostamente alcançaria em frangalhos a nova geração? Aí ocorre o milagre! O amor mostra sua face e seu talento de se multiplicar ao absurdo, como poderoso eco da voz de Deus repercutindo pelo firmamento. O resultado é surpreendente. Sem motivo aparente, assim, do nada, nos apaixonamos por aquele desconhecido que chega miniaturizado ao mundo dos homens. E lambemos com tal intensidade a cria de nossa cria, que tudo se torna mágico de repente, os sinos dobram e a Primavera surge fora da estação. As visitas, os presentes, os sonhos, como nos reis magos. A estrela. Todo neto ou neta tem um quê de menino Jesus, não tem?

Marcio Leite


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Glauber Gomes

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