Para uma boa leitura Dr. Marcio Leite escreve: Felicidades!


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Todos falam em felicidade. Felicidade para lá, felicidade para cá. Fórmulas de felicidade são vendidas, prometidas; há manuais de autoajuda que se tornaram mapas para encontrar um cadinho que seja dessa poção mágica. Hoje é uma questão de honra encontrar a felicidade, estampá-la nas redes sociais. Como ninguém sabe exatamente o que ela é, confundem-na com dinheiro, lancha e casa de praia. Trocam-na por status. É necessário demonstrar que somos (não estamos) felizes. A revista Caras é o exemplo típico da felicidade falsa e escancarada. Celebridades tiram fotos sorrindo e vendem a ideia, não importa se na semana seguinte há notícia de suicídio entre elas (claro, isso jamais sai na revista). Todos querem um sorriso global, branqueado, reluzente. Vivemos num mundo tosco onde temos vergonha de ser o que somos e dizer onde estamos. Na pior, por exemplo. É, às vezes, estar na pior é um bom lugar para se passar a chuva. Para se aprender algo, inclusive sobre a tal felicidade, seja lá o que for. A verdade é que a felicidade tornou-se um destino turístico. As agências de viagem, joalherias e casas lotéricas ficam repletas de candidatos à felicidade. Virou um jogo de aparências, cirurgias plásticas e purpurina na casca. Como se felicidade tivesse algo a ver com o lado de fora, com venda de ilusões ou sonhos de Fluoxetina. Com dinheiro ou “esquemas”. O sujeito pode estar sentado na felicidade e não a ver, se não beber a dose certa de equilíbrio emocional e maturidade. O fundamental, amigo, é que felicidade não se vende nem se compra. Felicidade, poucos o sabem, tá lá no fundo, bem no fundo. É preciso paz para sentir. E silêncio também.

Marcio Leite


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Glauber Gomes

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