O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, no dia 2, em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, do canal Bandnews, que quer discutir com maior atenção o papel da Petrobrás no desenvolvimento econômico do país. Ele critica a atual política da empresa, de desinvestimento, que culminou na venda de ativos nos últimos anos e em uma menor capacidade de refino. O debate será iniciado no próximo mês, em abril, quando o governo terá consolidado o controle na estatal.
Para Lula, não é estratégico que a companhia exporte petróleo cru no mercado internacional. Na visão dele, é necessário retomar os investimentos em pesquisa de desenvolvimento, pensando a empresa em um contexto mais amplo para o desenvolvimento econômico brasileiro, sendo protagonista na transição energética internacional. E está corretíssimo. O leitor talvez não se lembre, mas extrair petróleo do pré-sal foram necessários anos de pesquisa para que a empresa, hoje, tenha expertise e total domínio em águas profundas. Única no planeta que tem essa capacidade.
O mundo caminha a passos largos para uma mudança de matriz energética. Cada vez mais se exige combustível verde, menos poluente ao meio ambiente. A Petrobrás não é uma empresa de petróleo, é uma empresa de energia. Em um país onde existem poucas empresas que produzem conhecimento, a petrolífera pode, e deve, ser um patrimônio para descobrir novas fontes de energia. Se continuar apenas extraindo matéria prima do fundo do mar, em no máximo 20 anos a empresa deixará de existir.
Eliberto Diniz de Menezes. Economista pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Pós Graduação em Gestão Pública.
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